Eu acordei cedo pra escrever essas HISTÓRIAS CRUZADAS. Quando eu escrevo é um livramento. Eu não vivo sem livros, sem músicas e sem filmes. Costumo ir dormir com músicas e em todos os momentos estou ouvindo músicas. Tenho minhas rádios preferidas, atualmente é a Verde Oliva FM. 

Em Okayama  - Japão eu conheci musicalmente a cantora, atriz Umm Kulthum com meu Amigo  da Tunísia Mohamed. Quando eu fui para Alexandria no Egito eu comprei várias fitas K7 dela. Ainda não existia os CDs. Eu entendo apenas 20% do que ela canta, o restante é a LINDA voz que me toma completamente.

Mãe Alice Abdalla costumava almoçar nos domingos na minha antiga casa no bairro Flamanal no Planalto. A Noemi Buyo cozinha hiper bem, mas a Mãe ia para ouvir as músicas árabes que eu colocava. A gente ficava juntos ouvindo e ela até fechava os os olhos e dançava com movimentos suaves da cabeça. Era um hábito que Ela tinha apenas comigo. A Noemi ficava conversando na edícula com o Irmão Reinaldo Abdalla.

Eu não sabia que Ela conhecia as músicas  da Umm Kulthum, mas sim e na época o vinis árabes eram pesados. Bem diferentes dos brasileiros. A nossa conexão sempre foi a música. Ela chegava e pedia que eu colocasse as nossas melodias. 

Eu me lembro que eu dançava as músicas árabes para o avô Abdalla Kalil.  Ele tinha derrame cerebral na época e quando eu dançava Ele batia palmas, sorria e também fazia os movimentos com a cabeça idênticos da Mãe Alice Abdalla.

Agorinha eu lembrei de uma Querida Amiga portuguesa que era casada com o cônsul honorário do Líbano em Manaus. O marido que era um Pai pra mim morreu antes e Ela não demorou muito. Eu costumava almoçar com eles quase todos os dias e nos finais de semana também. Eles me pegavam na UFAM e faziam comidas árabes pra mim. Ainda faziam marmitas pra eu levar.

Acordei hoje ouvindo a Umm Kulthum e lembrei do Vô, da Mãe Alice Abdalla e dos pais afetivos da Família Wakim. Ele me ensinava árabe e até conversava comigo. Os filhos não tinham paciência para ouvir as estórias dele. Eu ouvia com amor e carinho. Nem importava se repetia o fato novamente e eu soboreava aqueles nossos momentos. Os filhos (casal) tinham ciúmes da relação dos pais comigo. Eu levava na brincadeira. Na morte do Jean Pai eu fiquei perdido e depois da Lourdes, foi muito triste.  

Eu não gosto de velórios e enterros. Costumo falar que nem no meu eu estarei presente, mas fui no da Lourdes e estava lotado dos amigos dos filhos.  Fui direto ao filho que pra mim era um irmão e disse:

- Vim apenas pra te dar um Abraço. 

Ele estendeu friamente a mão.  Eu cumprimentei como tivesse recebido uma facada no peito.

Me retirei de imediato e todos olhavam pra mim. É gozado, mas a minha presença costuma chamar a atenção de todos. Eu até não gosto disso e sou uma pessoa que costuma se afastar de todos. Na saída a filha me pegou pelo braço e começou a chorar, a sobrinha Ingrid também, mas eu estava tão dilacerado com a reação do Jean filho que logo fui embora. O taxista era o Luciano da Cidade Nova Táxi. 

Nunca mais eu os vi. Aquilo me marcou. Estou escrevendo isso tudo pra me libertar das recordações das HISTÓRIAS CRUZADAS.

No Instagram eu percebi que a filha sempre observa o meu histórico (eu só coloco imagens da Cleópatra).

OBRIGADO por terem lido essa longa descrição. Estou triste sim ao relembrar dos meus queridos.

Ontem ao arrumar uns papéis para o niver da Cleópatra VII Thea Filópator eu descobri que estou morando há 10 anos na Cidade Nova II na minha própria casa. Eu imaginava que fossem 6 anos apenas. O tempo passa. ⏳

Orei pra Mãe Alice Abdalla, Reinaldo Abdalla e meus pais afetivos. Estou chorando  agora, por isso que eu gosto de escrever.  É uma catarse  pra mim. Nem vou revisar o texto tá! LUZ, PAZ & AMOR PARA TODOS NÓS. 

Vou tirar o dia pra escutar músicas árabes hoje. Desligar o telefone e curtir minha casa que na realidade é o meu pedaço do mundo. Pena que a Mãe Alice Abdalla não chegou a conhecer em vida, mas em espírito sim.

Bom dia quinta-feira 13/08/2020 e obrigado novamente Umm Kulthum por me fazer escrever este relato. Vou colocar no meu blog. Um dia meus descendentes poderão saber de mais um mosaico da minha vida atual. 

Quando eu fico magoado só a palavra escrita me liberta. 📝


Umm Kulthum (em árabe: أم كلثوم, nascidaفاطمة إبراهيم السيد البلتاجي , Fatima Ibrahim as-Sayyid al-Biltaji; árabe egípcio: Om Kalsoum; grafias incluem Om Koultoum, Om Kalthoum, Oumme Kalsoum e Umm Kolthoum; El Senbellawein, 31 de dezembro de 1898 — Cairo, 3 de fevereiro de 1975) foi uma cantora, compositora e atriz egípcia. Nascida na aldeia Tamay ez Zahayra, pertencente a El Senbellawein, é conhecida como a Estrela do Oriente ou Estrela do Este (kawkab el-sharq). Mais de três décadas após sua morte, ainda é reconhecida como uma das cantoras mais famosas e ilustres da história da música árabe do século XX. Umm Kulthum também atuou esporadicamente no cinema.



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