O treino funcional de alta intensidade (HIFT) é uma modalidade que enfatiza movimentos funcionais multiarticulares que podem ser modificados para qualquer nível de condição física e provocam maior recrutamento muscular do que o exercício tradicional (como a caminhada por ex.). É frequentemente comparado ao HIIT (treino intervalado de alta intensidade), que embora tenham semelhanças conceituais, é importante que reconheçamos as suas diferenças para selecionar as pesquisas sobre o assunto e termos clareza na sua aplicabilidade. O HIIT é caracterizado por explosões relativamente curtas de atividade vigorosa repetida e normalmente cíclicas (como corrida na passadeira, ou bicicleta, pista etc.), intercaladas por períodos de descanso ou exercícios de baixa intensidade para recuperação. Já o HIFT utiliza exercícios funcionais multiarticulares, como agachamentos, saltos, flexões, deslocamentos etc., que combinam exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular, constantemente variados e com durações que podem ser distintas, e que podem ou não incorporar o descanso. O treino no estilo Cross fit encaixa-se neste tipo de classificação, uma vez que utiliza movimentos chamados “funcionais” com o auxílio de equipamentos específicos utilizados na intensificação dos movimentos. Podemos destacar, nas diferenças entre eles, a natureza unimodal do HIIT, como sendo normalmente corrida, ciclismo, remo ou natação, enquanto os protocolos de HIFT são definidos usando exercícios multimodais e funcionais, que quando prescritos em circuito e realizados em alta intensidade, são estímulos potentes não apenas para melhorar a força, como para adaptações cardiovasculares, aeróbias e anaeróbias. Uma outra diferença entre os dois tipos de protocolos é o tempo de recuperação entre os estímulos. Enquanto no HIIT normalmente o tempo de recuperação e pré-definido, dependendo do tipo proposto (mais curtos ou mais longos ou ainda, com pausas ativas ou passivas), no HIFT o tempo pode ser de acordo com a “necessidade” do individuo ou ainda, escolhendo-se um exercício com menor intensidade ao invés de uma pausa (como por exemplo uma prancha em isometria), reduzindo assim a intensidade do estímulo, mas ainda assim com a realização de um exercício. Claro, que isso pode implicar um menor controlo sobre as variáveis do treino, visto que as modalidades são diferentes entre si. Por exemplo, a frequência cardíaca pode atingir valores maiores num burpee do que numa flexão de cotovelos.



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