Índio eu não sou


Não me chame de “índio” porque

Esse nome nunca me pertenceu

Nem como apelido quero levar

Um erro que Colombo cometeu.

Por um erro de rota

Colombo em meu solo desembarcou

E no desejo de às Índias chegar

Com o nome de “índio” me apelidou.

Esse nome me traz muita dor

Uma bala em meu peito transpassou

Meu grito na mata ecoou

Meu sangue na terra jorrou.

Chegou tarde, eu já estava aqui

Caravela aportou bem ali

Eu vi “homem branco” subir

Na minha Uka me escondi.

Ele veio sem permissão

Com a cruz e a espada na mão

Nos seus olhos, uma missão

Dizimar para a civilização.

“Índio” eu não sou.

Sou Kambeba, sou Tembé

Sou kokama, sou Sataré

Sou Guarani, sou Arawaté

Sou tikuna, sou Suruí

Sou Tupinambá, sou Pataxó

Sou Terena, sou Tukano

Resisto com raça e fé.


Márcia Kambeba. 🥁🏹






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog