Em Novo Airão, Ufam promove I Encontro do DPA/Proext de valorização das políticas indígenas Na próxima reunião, marcada para o dia 1º de dezembro, no Gabinete da Proext, o coordenador de educação Indígena Sandoval Tukano entregará um documento com as principais reivindicações dos 22 povos indígenas que residem em Novo Airão. Equipe da Ufam composta pelo professor Thomaz Abdala; professora Cláudia Guerra e professor Antônio de Pádua, com o líder comunitário Anacleto Baré, ouvem as principais demandas indígenasEquipe da Ufam composta pelo professor Thomaz Abdala; professora Cláudia Guerra e professor Antônio de Pádua, com o líder comunitário Anacleto Baré, ouvem as principais demandas indígenas Por Márcia Grana Equipe Ascom Ufam Promovido pela Pró-reitoria de Extensão, o I Encontro do DPA/Proext/Ufam de valorização das políticas indígenas aconteceu na manhã desta sexta-feira, 27, no município de Novo Airão, no auditório da Fundação Vitória Amazônica e contou com a presença das comunidades indígenas Curidiqui; Santo Elias; Mirituba; Macuitá; Renascer; São Pedro e Bom Jesus, as quais expuseram suas principais reivindicações. Durante aproximadamente três horas, caciques, tuxauas e presidentes de associações indígenas apresentaram as principais preocupações em relação a temas como educação, saúde, transporte e como obter documentação de reconhecimento indígena, o RANI. A 180 km de distância de Manaus, Novo Airão é um município que conta com 22 povos indígenas, entre eles, Tukano, Baré, Dessana, Apurinã, e Mura. Durante o encontro, a diretora do Departamento de Políticas Afirmativas da Pró-reitoria de Extensão da Ufam, professora Cláudia Guerra, declarou que a função da Universidade é trabalhar para que tudo o que a legislação estabelece para os indígenas seja colocado de uma forma mais acessível. “Estamos aqui para saber em que áreas podemos ajudar e trabalhar para que os direitos de vocês sejam colocados em uma linguagem mais acessível para que possam lutar por tudo aquilo a que vocês têm direito”, afirmou. Reivindicações e expectativas Enfermeira da etnia Tuiuca, Laura Lemos, questionou de que forma se pode obter ajuda para assistência médica aos indígenas. “Aqui em Novo Airão damos assistência a cinco comunidades, o que significa cerca de 350 pessoas. Dizem que, para conseguirmos um médico, precisamos atingir pelo menos 600 atendimentos. Queremos recursos para a saúde aqui em Novo Airão, pois precisamos de assistência diferenciada”, observou a enfermeira. Representantes dos 22 povos indígenas que vivem em Novo Airão participaram do eventoRepresentantes dos 22 povos indígenas que vivem em Novo Airão participaram do eventoA professora da Comunidade Renascer, Iranete Alves, da etnia Tukano, apontou a falta de transporte como um grande problema para os indígenas da região. “Reivindicamos transporte fluvial que possa nos trazer das comunidades para a cidade. Às vezes, há mulheres em trabalho de parto que precisam vir com rapidez e não há como vir. Também há casos de comunitários picados por cobras que precisam de um transporte de urgência e não há. Precisamos muito desse transporte”, frisou a professora. Sandoval Tukano, coordenador da Educação Indígena em Novo Airão, destacou que no município existem oito escolas indígenas. Ele falou ainda da expectativa indígena em relação às necessidades educacionais. “Graças à reitoria da Ufam, através do Projeto Tupã, fizemos uma reunião com as comunidades para levantar nossas principais necessidades educacionais e viabilizar, quem sabe, que Novo Airão se torne um núcleo da Ufam. Essa é a nossa expectativa”, disse ele. O gerente de Educação Escolar da Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino no Amazonas, Alciclei Vale Neto, destacou a importância de os indígenas conhecerem os próprios direitos. “Eu não posso me autodeterminar se não conhecer meus direitos. Ao conhecer nossos direitos podemos lutar de forma mais articulada, direcionando nossas ações. Hoje, observamos que as organizações sociais pensam de forma linear para coisas plurais. As decisões vêm de cima para baixo sem levar em conta diferenças complexas. Por exemplo, a educação Ianomami é muito diferente da Baré, da Tukano e as organizações tratam como se fossem indígenas iguais”, observou ele. O líder comunitário Anacleto Baré, agradeceu a iniciativa da Ufam de ir ao município e conversar sobre as necessidades indígenas. “Eu não entendo de lei e agradeço a Ufam por proporcionar este espaço onde podemos expor nossas necessidades. Poucas instituições priorizam isso. Queremos que a Ufam nos ajude a fazer uma cartilha de direitos indígenas bilíngue”.

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