Artigo Científico
A CONCEPÇÃO DE MORTE DURANTE A INFÂNCIA
Thatiane Guedes de Oliveira Machado[1]
Thomaz Décio Abdala Siqueira [2]
[1] Psicóloga, aluna do Curso de Especialização em Psicologia Clínica da Infância e Adolescência da ESBAM.
[2] Psicólogo, Pós-doutor em Psicologia Social pela USP.
Thatiane Guedes de Oliveira Machado[1]
Thomaz Décio Abdala Siqueira [2]
[1] Psicóloga, aluna do Curso de Especialização em Psicologia Clínica da Infância e Adolescência da ESBAM.
[2] Psicólogo, Pós-doutor em Psicologia Social pela USP.
Resumo
A morte tem diferentes significados e impactos sobre uma pessoa em diferentes períodos da vida. As crianças vão tomando consciência deste fato gradualmente, conforme vão se desenvolvendo cognitivamente e emocionalmente. Nessa perspectiva, torna-se necessário conhecer os estudos sobre as teorias psicológicas para entender as concepções sobre o referido tema. Além disso, é importante destacar que a exposição precoce em situações de hospitalização pode influenciar a maneira como o conceito de morte é elaborado na infância, visto que o convívio com a própria doença possibilita um entendimento prematuro sobre o assunto em questão.
Palavras-chave: Morte, desenvolvimento, hospitalização.
Introdução
Do ponto de vista somático (KOVÁCS: 1992 : 10), a morte pode ser definida de maneira clara e objetiva, como a “interrupção completa e definitiva das funções vitais de um organismo vivo, com o desaparecimento da coerência funcional e destruição progressiva das unidades tissulares e celulares.”
Mas, no que se refere ao ponto de vista psicológico, existem inúmeras mortes e variadas representações. Isto porque o homem é o único ser vivo que tem consciência da morte, vivendo sob o impacto dela. De acordo com Torres (1983, p.4): “[...] o conhecimento da morte é reflexivo e conceitual e, enquanto os outros animais são poupados dele, o homem convive a vida inteira com o destino da morte”.
A morte, percebida como universal, inevitável, definitiva e como a negação da existência faz com que o ser humano a tema e a negue. Buscando vencê-la, visa à imortalidade. Segundo Ernest Becker apud Torres (1983), o ser humano não busca apenas o sexo, o prazer, a vida e a expansão, como afirmava Freud, mas, principalmente, busca reprimir e fugir da morte, pois se sente aterrorizado diante dela.
É importante frisar que, de acordo com a concepção sociológica, a maneira de lidar com a morte foi se modificando ao longo da história. Durante a Idade Média, o homem se relacionava melhor com esse tema. Nesse período, a maioria das pessoas morria por doenças ou nas guerras, por esse motivo, a morte era esperada, sendo vivida plenamente no seio da família. A preparação para o fim, muitas vezes, era realizada pela própria pessoa, que organizava cerimônias para despedir-se dos entes queridos.No entanto, a partir do século XIX, com o aumento do consumismo e, consequentemente, da valorização do ter em detrimento do ser, começa uma crise em face da morte. O homem passou a buscar cada vez mais controlar e dominar a natureza e a vida.
A morte tem diferentes significados e impactos sobre uma pessoa em diferentes períodos da vida. As crianças vão tomando consciência deste fato gradualmente, conforme vão se desenvolvendo cognitivamente e emocionalmente. Nessa perspectiva, torna-se necessário conhecer os estudos sobre as teorias psicológicas para entender as concepções sobre o referido tema. Além disso, é importante destacar que a exposição precoce em situações de hospitalização pode influenciar a maneira como o conceito de morte é elaborado na infância, visto que o convívio com a própria doença possibilita um entendimento prematuro sobre o assunto em questão.
Palavras-chave: Morte, desenvolvimento, hospitalização.
Introdução
Do ponto de vista somático (KOVÁCS: 1992 : 10), a morte pode ser definida de maneira clara e objetiva, como a “interrupção completa e definitiva das funções vitais de um organismo vivo, com o desaparecimento da coerência funcional e destruição progressiva das unidades tissulares e celulares.”
Mas, no que se refere ao ponto de vista psicológico, existem inúmeras mortes e variadas representações. Isto porque o homem é o único ser vivo que tem consciência da morte, vivendo sob o impacto dela. De acordo com Torres (1983, p.4): “[...] o conhecimento da morte é reflexivo e conceitual e, enquanto os outros animais são poupados dele, o homem convive a vida inteira com o destino da morte”.
A morte, percebida como universal, inevitável, definitiva e como a negação da existência faz com que o ser humano a tema e a negue. Buscando vencê-la, visa à imortalidade. Segundo Ernest Becker apud Torres (1983), o ser humano não busca apenas o sexo, o prazer, a vida e a expansão, como afirmava Freud, mas, principalmente, busca reprimir e fugir da morte, pois se sente aterrorizado diante dela.
É importante frisar que, de acordo com a concepção sociológica, a maneira de lidar com a morte foi se modificando ao longo da história. Durante a Idade Média, o homem se relacionava melhor com esse tema. Nesse período, a maioria das pessoas morria por doenças ou nas guerras, por esse motivo, a morte era esperada, sendo vivida plenamente no seio da família. A preparação para o fim, muitas vezes, era realizada pela própria pessoa, que organizava cerimônias para despedir-se dos entes queridos.No entanto, a partir do século XIX, com o aumento do consumismo e, consequentemente, da valorização do ter em detrimento do ser, começa uma crise em face da morte. O homem passou a buscar cada vez mais controlar e dominar a natureza e a vida.
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