Artigo Científico


A Violência Doméstica Infantil e seus Efeitos Comportamentais

*Thomaz Décio Abdalla Siqueira1


Resumo:

Esse estudo visa analisar a violência doméstica infantil, enfatizando os fatores conceituais, históricos, sociais e econômicos que favorecem esse fenômeno existente na sociedade atual. O objetivo que direcionou nossa pesquisa foi o de verificar as causas e conseqüências da violência doméstica em crianças e o fracasso nas relações familiares. A idéia surgiu a partir de observações efetuadas nas grandes cidades com a presença constante de crianças nas ruas, conduzindo-nos, assim, a alguns questionamentos: Por que tantas crianças são abandonadas? Onde estão os pais e/ou responsáveis que não as orientam? A questão da violência contra criança tem raízes na família, ou fora dela? O trabalho foi efetuado mediante pesquisa bibliográfica. Esse é um tema muito inquietante, e sua extensão e gravidade preocupam a quem lida com questões psicológicas e sociais. O fenômeno da violência doméstica infantil sempre esteve presente em nossa sociedade. Segundo Azevedo e Guerra (1988) esse fenômeno não é conjectural ou epidêmico, no que difere da Organização Mundial de Saúde que afirma que os dados pesquisados indicam a violência doméstica infantil seja um fenômeno endêmico, pois há fatores sociais precipitantes que favorecem a presença da violência no seio da família. As causas mais comuns que propiciam à violência doméstica infantil são as questões sociais, culturais, econômicas, religiosas, psicológicas e psiquiátricas, além de alguns fatores desencadeantes como o abuso do poder do mais forte sobre o mais fraco, o ciclo que é difícil de ser interrompido “pais agressores que foram vítimas de agressão”, situação de extrema miséria, fatores esses que são reconhecidos mundialmente. A prevenção primária contra a violência doméstica infantil deve ser efetuada, com o objetivo de eliminar ou reduzir os fatores sociais, culturais e ambientais que criam condições mantenedoras desse fenômeno; os agentes da psicologia em particular devem atuar nas causas da violência doméstica; a prevenção secundária dar-se-á na detecção precoce da criança em risco, isto é, nos casos de crianças que já foram ou estão sendo vitimizadas, em situações já existentes; na prevenção terciária, só nos resta o acompanhamento integral da vítima e de toda família, no sentido de reduzir as conseqüências. É preciso garantir que a violência cesse e para tanto o passo mais importante é a denúncia. Essa notificação deve ser efetuada nas instituições especializadas e estas devem averiguar se são verdadeiras e tomar as medidas cabíveis ao caso. Durante o nosso estudo não citamos a Síndrome de Munchausen, que denuncia situação em que os pais criam sintomatologias para seus filhos, e o encaminham constantemente para investigações médicas ou psicológicas, alem da Síndrome do Bebê Sacudido que se caracteriza pela falta de fratura na calota craniana, porém com presença de hemorragia retiniana ou outras hemorragias do sistema nervoso central, acompanhando sinais de maus-tratos.

Palavras-Chave: Interação familiar, Violência doméstica, Criança vitimizada
1 Professor Pós-Doutor da Faculdade de Educação Física - FEF da Universidade Federal do Amazonas - UFAM (E-mail: thomazabdalla@ufam.edu.br).

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