Artigo Científico

O Mito das Origens do Povo Germano: as Raízes do Mito Ariano

*Maria de Jesus Aires Angelim[1], Thomaz Décio Abdalla Siqueira[2]


Resumo:

O mito é uma representação simbólica, de valores pessoais e sociais que se inserem em níveis consciente e inconsciente. O mito ariano ou arianismo, como ficou conhecido o enaltecimento exacerbado do povo germano, foi introduzido na sociedade européia através dos relatos fantásticos de suas conquistas, da arte cênica e da literatura. A ideologia que se desenvolveu naquele povo ao longo do tempo, teve seu ápice no holocausto dos judeus e culminou na segunda guerra mundial. Esse artigo propõe uma analise histórica, do mito ariano e uma reflexão acerca das conseqüências do mesmo no comportamento social da humanidade. O mito segundo Mircea Eliade –1998, relata uma história sagrada, relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio. É a partir destes relatos, destas representações simbólicas que vamos construindo nossa realidade subjetiva, na maioria das vezes, essa construção se dá no nível inconsciente, e por mais inacreditável que pareça essas histórias têm um poder de sedução grandioso e apesar de menos aparente uma importância psicológica profunda. O mito ariano não foi construído de maneira diferente, todavia, contou com recursos filosóficos e científicos que corroboraram para sua fixação no inconsciente da população européia. Esse mito teve sua origem a partir da tomada de consciência do povo europeu, que um grande número de nações habitava o mesmo continente, pois a partir daí se inicia uma luta pela superioridade da raça que se declarava a primeira a habitar o continente, na chegada dos invasores. Os franceses se autoproclamavam possuidores de todos atributos de superioridade e conseqüentemente descendentes dos primeiros habitantes, os prussianos da mesma maneira, os russos igualmente, enfim a maioria dos países insistia em afirmar que eram os verdadeiros descendentes. Para melhor compreensão faremos um pequeno resumo dessa evolução, tendo como pano de fundo a obra de Leon Poliakov, que é um estudo elucidativo do desenvolvimento do mito ariano. Refletindo sobre o racismo, hoje, percebemos que não melhoramos muito como pessoas, não estamos melhores que antes, os conflitos bélicos, apesar de todo movimento do período pós segunda guerra, onde várias pessoas de renome nas artes e nas ciências como Bertrand Russel matemático, Pablo Picasso artistas plástico, entre outros se pronunciaram contra os horrores da guerra, continuam em várias regiões do mundo. Acompanhamos, atônitos, o mesmo sentimento de superioridade entranhado nos seres humanos. Presenciamos a guerra do Vietnã, onde os Estados Unidos massacraram milhares para impor superioridade, acompanhamos o atentado de “onze de setembro” nos Estados Unidos, onde o povo do Oriente Médio tentava mostrar ao povo americano que eram superiores, acompanhamos ainda, todos os dias os conflitos bélicos nos países do Oriente Médio como: Líbano, Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Paquistão, Afeganistão; onde cada um pretende impor, através da guerra, a superioridade sobre os demais.




Palavras-Chave: Germanismo, Mito Ariano, Preconceito.



[1] Psicóloga Clínica – Ex-graduando do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
[2] Orientador do Artigo Científico. Professor Pós-Doutor do Departamento de Fundamentação Teórica – DFT da Faculdade de Educação Física - FEF da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.